terça-feira, março 23, 2010

Pouso no Silêncio!


Pouso no silêncio como um alvo em busca do predador, os

ouvidos reversos já calados, a noite mal fechada por onde

entram os poetas intrusos, bichos com luz própria, dando à

voz que deixei de mostrar uma ausência, acentuada, uma

caixa da boca na forma de caixão, poetas de medos chanta-

geando o livro, dando-le páginas sem a minha permissão.

Assim me quedo por instantes, ocupando-me só com refle-

xos agudos do lua no rio.


(Valter Hugo Mãe)