quarta-feira, novembro 17, 2010

"Ladrão de Fogo" de Pedro Paixão

O amor não tem príncipio nem fim porque quem vive no seu presente vive na eternidade. O rosto do amor ao olhar-nos prende-nos a si para sempre. Nunca mais esquecemos o seu olhar infiltrante, feiticeiro, a insinuar-se e a impor a sua presença para todo o sempre. Nunca mais esquecemos as feições do amor, o corpo em que encarna, o toque mágico que primeiro dá à luz o nosso próprio corpo e depois o ressuscita vezes sem conta de cada vez que o acaricia na noite da vida. O amor é um animal selvagem que chega ate nós e ocupa cada ponto do nosso corpo, mais, toda a nossa vida. O seu poder de contaminação é total. Basta um só olhar. O amor é esse conflito prmanente e completo: liberta e agarra, é doçura e amargura, refaz e desfaz, ressuscita e adormece, faz-nos sonhar e confronta-nos com a realidade pura e dura, dá à luz. Mas também tem o poder de nos matar. No amor oscilamos entre tudo pode ser e nada pode ser, a impossibilidade de tudo. Este é o amor. Esta é a nossa vida.


Tu sabes, não sabes?

Eu sei muito pouco, quase nada. De ti quero aprender tudo. O melhor e o pior. O resto é-me indiferente."