domingo, novembro 08, 2009

"Entusiasmo é o Requisito", Albert Einstein


"Nós agimos como se conforto e luxo fossem os principais requisitos da vida,

quando tudo que precisamos para sermos felizes é de algo que nos traga entusiasmo"

(Albert Einstein)

"Chama Interior", Robin Sharma

"Sucesso não vem para os mais inteligentes, talentosos ou fortes. O mundo está cheio de gênios que não fizeram nada com seu talento.

Sucesso sustentável vem para aqueles que possuem a maior chama interior. Desejo inflamado, paixão irracional e crença massiva na importância de um grande sonho."

(Robin Sharma)
"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor.Que tem que ser vivido até a última gota.Sem nenhum medo. Não mata. " [ Clarice Lispector ]

quarta-feira, novembro 04, 2009

Playing for change

Stand by me

executada por músicos ao redor do mundo


Um lugar nesse jardim

As realidades da alma,
por não serem visíveis e palpáveis,
não deixam de ser realidades.
Victor Hugo, em Os Miseráveis


Por que é tão assustador entrar em contato com o sentimento? Dá paúra! Medo de cair num abismo sem fim. De ser despejado por uma espaçonave desconhecida no infinito do espaço cósmico. Muito mais fácil é usar a razão, explicar com o pensamento, com a lógica o que se sente. Mas será possível funcionar assim: será que a razão pode traduzir realmente o que se sente?
Tenho andado meio sem inspiração para escrever. Só observando… Nesta época do ano, quase todas as plantas do meu quintal começam a perder o viço, as folhas caem. Algumas ficam completamente secas. Em compensação, tem sempre umas duas ou três que têm o ciclo diferente, e destoam das outras. Agora, que quase todas estão ficando “caidinhas” elas começam a ficar radiantes. Ramos novos, folhas em tom verdinho claro, botões que daqui a pouco serão flores.
Se eu tivesse que escolher um lugar neste jardim, hoje, ficaria com os que estão se recolhendo. Olhando para dentro de mim mesma.
Sendo um pouco mãe de mim mesma.
Acolhendo minhas vontades e caprichos. Sem culpa. É preciso ter muita coragem para escolher ficar na contra-mão. Muito mais aceito é quem segue o fluxo, quem se agride para cumprir as normas, “ficar bem na foto”. E se mata um pouco por dia. Um pouco a cada dia. O esquema é cruel.
Sem perceber me afasto de mim, com muito mais freqüência do que eu gostaria. Mas minha garra me permite dar meia volta e retomar o caminho de onde parei, assim que me dou conta do atalho errado em que me meti.
Já passei tempo demais ignorando as realidades da minha alma. Fugindo. Me obrigando a sentir aquilo que, na realidade, não sentia. Tentando não sentir aquilo que, na realidade, me consumia. Me negando a enxergar aquilo que, de fato, era óbvio e real.
O apego à razão, ao que é instituído, e ao que é lógico, pode turvar a visão, alterar a percepção e ser péssimo conselheiro.
As evidências que não evidenciam, por mais reais que possam parecer. As certezas que não se sustentam. E ainda reduzem. O desprezo pelo acaso. Tudo para evitar o contato com os sentimentos.
Que maravilha é a vida! Que maravilha poder mudar de opinião. De objetivo. Experimentar novas sensações. Quanto tempo perdi fugindo do que hoje é o que mais prezo: poder sentir. Perdi muito. Mas não me perdi de mim mesma. É bem verdade que foi por pouco…
Consegui me humanizar. Mas ainda hoje quando fico aflita tenho que resistir – muito! - para não procurar refúgio no intelecto, na razão. Sinto-me uma heroína quando mergulho no buraco negro das minhas emoções, e saio de lá mais forte, mais lúcida.
Sentimentos que aproximam ou afastam, não são visíveis nem palpáveis. E, por isso, muitas vezes ignorados. Inconscientemente ignorados.
Por exemplo, a avalanche de emoção num reencontro brindado com um abraço terno, suave e quente. As lembranças que, de repente, invadem tudo. Por que será que duas pessoas que não se vêem há anos, lembrariam das mesmas coisas, das mesmas situações? Uma determinada música executada exaustivamente, tanto quanto outras, foi o que ficou na memória da aluna e da professora, passados mais de vinte e três anos. Por que a mesma música? Por que assim, sem mais nem menos, de repente, alguém resolveu promover o reencontro da mestra com a discípula?
Como explicar o encontro de duas mulheres, hoje amigas, que se conheceram numa palestra em que ambas decidiram ir na última hora? Como explicar que essas mulheres que se trombaram sem querer, descobriram ter imensas afinidades e muitas vivências em comum?
Há explicação para as afinidades que descobrimos aqui, neste blog? Eu tinha muito amigos e não sabia disso… Como explicar a magia que se sente num lugar sagrado? Ou diante de uma obra de arte? Como explicar o arrebatamento diante de todos os mistérios?
Coisas que os nossos olhos, o nosso olhar não captam. Procurar uma explicação lógica para tudo isso? Poderia nos abater. Poderia nos constranger. Poderia nos desestruturar. E somos mestres em evitar, em empurrar para debaixo do tapete, tudo aquilo que pode nos levar ao sofrimento. Ao medo. Ao pânico. E, com isso, geramos desesperos, fobias, doenças.
Imagine um balão de gás - uma bexiga, para os paulistas -, cheio de água, sendo furado com uma agulha. Imaginaram? Que mistério pode haver nesse simples ato, para os nossos olhos tão acostumados a nos acostumar ao óbvio?
Pois vejam, então, os vídeos abaixo. Se alguém me dissesse que aquilo tudo acontece, acho que duvidaria com veemência. Mas acontece. Está lá. Nós é que não vemos.
Quantas serão as realidades, impossíveis de serem vistas apenas com os nossos olhos, que brincam conosco sem que sejamos sequer capazes de imaginá-las?

terça-feira, novembro 03, 2009

Alquimia

A alquimia é uma química oculta que visa dominar o que a matéria simboliza.

« Os elementos que compõem a matéria, existem não só como matéria, mas também como símbolo. »

A química oculta, ou alquimia, difere da química vulgar ou normal, apenas quanto à teoria da constituição da matéria; os processos de operação não diferem exteriormente, nem os aparelhos que se empregam. É o sentido, com que os aparelhos se empregam, e com que as operações são feitas, que estabelece a diferença entre a química e a alquimia.
A matéria do mundo físico é constituída de três modos, todos eles simultaneamente reais: só dois desses modos interessam a um nível conceitual diferente, e não é atingível por operações, aparelhos ou processos que sequer se parecem com os que se empregam em qualquer cousa que se chame «química» ou «física» «ocultas» ou não.
A matéria é na verdade, e como crêem o físico e o químico normais, constituída por um sistema de forças em equilíbrio instável, formando corpos dinâmicos a que se pode chamar «átomos» Porque isto é real, e a matéria, considerada fisicamente, é na verdade assim constituída, são possíveis as experiências e os resultados dos homens de ciência, e a matéria é manipulável por meios materiais, por processos apenas físicos ou químicos, e para fins tangíveis e imediatamente reais.
Mas, ao mesmo tempo, os elementos que compõem a matéria têm um outro sentido: existem não só como matéria, mas também como símbolo. Há, por exemplo, um ferro-matéria; há, porém, e ao mesmo tempo, o mesmo ferro, um ferro-símbolo. Cada elemento simboliza determinada linha de força supermaterial e pode, portanto, ser realizada sobre ele uma operação, ou acção, que o atinja e o altere, não só no que elemento, mas também no que símbolo. E, feita essa operação, o efeito produzido excede trancendentalmente o efeito material que fica visível, sensível, mensurável no vaso ou aparelho em que a experiência se realizou.
É esta a operação alquímica.
E isto no seu aspecto externo: porque, na sua realidade intima, é mais alguma cousa do que isto. Como o físico (incluindo no termo o químico também), ao operar materialmente sobre a matéria, visa a transformar a matéria e a dominá-la, para fins materiais; assim o alquímico, ao operar materialmente quanto aos processos mas transcendentemente quanto às operações, sobre a matéria, visa a transformar o que a matéria simboliza, e a dominar o que a matéria simboliza, para fins que não são materiais.
A semelhança, porém, pára aqui. O resultado da experiência física é um produto externo, com que o operador não tem nada, excepto vê-lo, ou ser dono dele, se o é. Mas na experiência alquímica a «força», que o corpo trabalhado simboliza, está em contacto directo com o espírito do operador, e não só do operador, como também de quantos conscientemente o auxiliam (embora sem conhecimento alquímico) na suas experiências. O resultado da experiência, portanto, afecta o operador e os seus «adjuntos» (como se diz) de uma forma diversa e diversamente importante.



s.d.
Fernando Pessoa: O Amor, A Morte, A Iniciação . Yvette K. Centeno. Lisboa. Regra do Jogo, 1985. - 125.