quinta-feira, junho 30, 2011

...De repente, não mais que de repente.

V.M

quarta-feira, junho 29, 2011

Pra Te Lembrar

Que é que eu vou fazer pra te esquecer?

Sempre que eu já nem me lembro, lembras pra mim

Cada sonho teu me abraça ao acordar

Como um anjo lindo

Mais leve que o ar

Tão doce de olhar

Que nenhum adeus vai apagar...

Que é que eu vou fazer pra te deixar?

Sempre que eu apresso o passo, passas por mim

E o silêncio teu me pede pra voltar

Ao te ver seguindo

Mais leve que o ar

Tão doce de olhar

Que nenhum adeus pode apagar...

Me abraça ao acordar

Como um anjo lindo

Mais leve que o ar

Tão doce de olhar

Que nenhum adeus vai apagar...


 

quinta-feira, junho 16, 2011

O Quereres / Caetano Veloso

Onde queres revólver, sou coqueiro

E onde queres dinheiro, sou paixão

Onde queres descanso, sou desejo

E onde sou só desejo, queres não

E onde não queres nada, nada falta

E onde voas bem alto, eu sou o chão

E onde pisas o chão, minha alma salta

E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco

E onde queres romântico, burguês

Onde queres Leblon, sou Pernambuco

E onde queres eunuco, garanhão

Onde queres o sim e o não, talvez

E onde vês, eu não vislumbro razão

Onde o queres o lobo, eu sou o irmão

E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer

Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito

E onde queres ternura, eu sou tesão

Onde queres o livre, decassílabo

E onde buscas o anjo, sou mulher

Onde queres prazer, sou o que dói

E onde queres tortura, mansidão

Onde queres um lar, revolução

E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor

Construir-nos dulcíssima prisão

Encontrar a mais justa adequação

Tudo métrica e rima e nunca dor

Mas a vida é real e é de viés

E vê só que cilada o amor me armou

Eu te quero (e não queres) como sou

Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer

Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo

E onde queres romance, rock?n roll

Onde queres a lua, eu sou o sol

E onde a pura natura, o inseticídio

Onde queres mistério, eu sou a luz

E onde queres um canto, o mundo inteiro

Onde queres quaresma, fevereiro

E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim

Do que em mim é em mim tão desigual

Faz-me querer-te bem, querer-te mal

Bem a ti, mal ao quereres assim

Infinitivamente impessoal

E eu querendo querer-te sem ter fim

E, querendo-te, aprender o total

Do querer que há, e do que não há em mim